terça-feira, 5 de fevereiro de 2013



Um ótimo texto sobre Linguística retirado do site mestrando.com


OBJETO DA LINGUÍSTICA

1. A LÍNGUA: SUA DEFINIÇÃO

Qual é o objeto, ao mesmo tempo integral e concretodLinguísticaquestão é particularmente difícil: veremos maitardpoque. Limitemo-nos, aqui, a esclarecedificuldade.
Outraciências trabalham com objetos dadopreviamente que se podeconsiderarem seguida,de váriopontos dvistaem nosso campo, naddsemelhantocorre. Alguém pronuncia a palavrnuum observadosuperficiaserá tentado a venelum  objetlinguístico concreto; um exammais atento,pomnolevará encontrar no caso, uma após outra,três ou quatrcoisas perfeitamentdiferentes, conforma maneira pelqual consideramos palavra: como som, como expressão duma ideia, Como correspondente ao latim nudum etc. Bem longe ddizer que o objeto precedo pontde vista, diríamos que e o ponto de vista que criobjetoaliás, nada nos diz dantemão quumdessas maneiradconsiderar 0 fatoequestão sejanterior ou superior às outras.
Além dissoseja qual foque se adote, o fenômeno linguístico apresenta perpetuamentduafaces quse correspondem e das quais uma não vale senão pela outra. Por exemplo:

1° As sílabas quse articulam são impressões acústicas percebidas pelo ouvidomaosons nãexistiriam sem os órgãos vocais; assimum existe somentpela correspondência desses doiaspectos. Não spode reduzir então línguao som, nem separar 0 som da articulacão vocal; reciprocamente, não se podem definir os movimentos dos órgãos vocais ssfizer abstração da impressão acústica.

 Mas admitamos quo som seja uma coisa simplesé elquem faz a linguagem? Nãonão passa dinstrumento do pensamento e não existpor si mesmoSurgdaí umnova e temível correspondência: o som, unidade complexa acústico-vocalforma por sua vez, com ideia, uma unidadcomplexa, fisiológica mentalE ainda mais:

 A linguagem tem um lado individual e um lado social, sendo impossível conceber um sem o outro. Finalmente:

4° A cada instantelinguagem implica ao mesmo tempo um sistema estabelecido umevolução: a cadinstante, ela é uma instituição atual um produto do passado. Parece fácil, à primeira vista,.distinguir entre esses sistemas suhistóriaentre aquilo que ele é e o que foi; na realidade, a relação que une ambas as coisas é tao íntima que se fadifícil separá-las. Seria questão mais simples sse considerasse o fenômeno linguístico em suas origens; se, por exemplo, começássemos por estudar a linguagem das crianças? Não, pois é umideia bastante falsa crer que em matéria de linguagem o problemdas origens difira do das condições permanentes; não ssairá mais do círculo vicioso, então.
Dessarte, qualquer que sejo lado por que se aborda questão, em nenhuma partsnos oferece integral o objeto dLinguística. Semprencontramos o dilemaou nos aplicamos a um lado apenas dcada problema e nos arriscamos a não perceber adualidades assinaladas acima, ou, se estudarmos a linguagem sob vários aspectos ao mesmtempoo objeto dLinguística nos aparecerá como um aglomerado confuso de coisas heteróclitas sem liamentre si. Quando sprocedassim, abre-se a porta a várias ciências – PsicologiaAntropologiaGramática normativaFilologia etc. – , quseparamos claramentdLinguística, mas que, por culpa de um método incorreto, poderiam reivindicar a linguagem como um de seus objetos.
Há, segundo nos pareceuma solução para todas essadificuldades: é necessário colocar-se  primeiramentno terreno da língua e tomá-la como norma dtodas as outras manifestações da linguagem. De fato, entre tantas dualidades, somente a língua parece suscetível dumdefinição autônoma fornece um ponto de apoio satisfatório para espírito.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SUPERINTERESSANTE. Antes da Torre de Babel. Revista Superinteressante. São Paulo, n° 033. 1990.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. 28ª Ed. São Paulo: Cultrix, 2.000.

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